Isolamento é necessário para evitar que a doença se espalhe pelo país, no sentido de limitar o contato desse paciente com outras pessoas e mantê-lo isolado até que o diagnóstico seja confirmado ou descartado", informou. MINISTRO
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O resultado do exame que vai indicar se o africano Souleymane Bah, de 47 anos, está infectado com o ebola vai sair em 24 horas. Na manhã desta sexta, o homem, procedente da Guiné – um dos países atingidos pelo surto – foi transferido de Cascavel, no interior do Paraná, para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas no Rio de Janeiro, referência nacional para casos de ebola.
Uma ambulância do Serviço de Assistência Móvel de Urgência (Samu) e uma equipe do Corpo de Bombeiros acompanharam o paciente da Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador, até a unidade de saúde.
Em entrevista coletiva, o ministro da Saúde, Arthur Chioro afirmou: "O paciente está subfebril e não apresenta hemorragia, vômitos ou quaisquer outros sintomas. Está em bom estado geral e, mantido em isolamento total.”
O ministro também afirmou que é necessário confirmar o resultado do exame em dois laboratórios. "Mesmo se esse resultado der negativo, será colhida em 48 horas uma segunda amostra para análise", disse.
De acordo com o professor especializado em doenças infecciosas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edimilson Migowiski, embora o paciente não apresente todos os sinais de contágio da doença, o isolamento é necessário para evitar que a doença se espalhe pelo país. “Frente a elevada letalidade do ebola, tem que se pecar pelo excesso.
Se o paciente veio de uma área com circulação do vírus e chega aqui, mesmo que seja com sinal brando, com febre baixa e quadro clínico não tão exuberante quanto o ebola costuma manifestar, ainda assim, acho que todo o rigor deve ser feito, no sentido de limitar o contato desse paciente com outras pessoas e mantê-lo isolado até que o diagnóstico seja confirmado ou descartado", informou.
Paraná investiga suspeita de ebola
O homem suspeito de infecção pelo vírus ebola chegou recentemente da Guiné, um dos três países que concentram, o surto da doença na África, juntamente com a Libéria e Serra Leoa, onde estão concentrado o foco da doença.
O africano Souleymane Bah, que é comerciante, nasceu no dia 1º de janeiro de 1967, tem o 1º grau completo e, de acordo com documento do Ministério da Justiça, fez o pedido de entrada no Brasil no dia 23 de setembro deste ano. Ele saiu da Guiné, passou por Marrocos, pela Argentina e de lá entrou no Brasil com destino a Cascavel.
Veja imagens do transporte de paciente pra o Rio de Janeiro:
Missionário de 47 anos, que veio da Guiné, na África, chega ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (Fiocruz). Foto: Futura Press
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio informou que o Rio de Janeiro está trabalhando de acordo com determinações do Ministério da Saúde para manter as unidades de saúde em alerta para a possível identificação de sintomas relacionados ao vírus ebola.
Um plano de contingência já foi elaborado em parceria com as secretarias municipais de saúde, Corpo de Bombeiros e Fiocruz. Há equipamentos de proteção individual (EPIs) estocados para os profissionais de saúde.
Em caso de suspeita de paciente com o vírus, ele será encaminhado pela unidade de emergência em que for atendido para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (Fiocruz), que é a unidade de saúde de referência para isolamento e início dos cuidados médicos adequados.
O ebola é uma doença de notificação compulsória imediata, que deve ser realizada pelo profissional de saúde ou pelo serviço que prestar o primeiro atendimento ao paciente, pelo meio mais rápido disponível, de acordo com a Portaria No 1.271, de 6 de junho de 2014. Todo caso suspeito deve ser notificado imediatamente às autoridades de saúde das secretarias municipais, estaduais e à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
O ebola é causado por um vírus e está relacionado à ocorrência de surtos de febre hemorrágica no continente africano desde 1976. Entre os sintomas estão hemorragia, vômito e febre. A doença só é transmitida por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. O vírus é transmitido quando surgem os sintomas.